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Mercado de Retail Real Estate – perspectivas por Instituto Impulso

Postando em 20/08/2013

O início do ano foi marcado dentro do mercado varejista por certa euforia por conta dos 8,4% de aumento das vendas do varejo em 2012. Isto fez com que a maioria das redes programasse planos significativos na expansão da sua rede. Pesquisa do início do ano realizada pelo IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo) registrou o interesse de 62% dos associados em investir na expansão de novas lojas em 2013.

Ocorre que, depois de um primeiro semestre ruim, com as vendas do comércio muito menores do que o ano anterior, o consumo e o varejo se retraíram e, consequentemente, o mercado imobiliário registrou acentuada queda – o mercado estima em 30% menos negócios realizados em igual período do ano passado. Isso refletiu diretamente na comercialização de lojas em shopping centers e em imobiliárias em todo o Brasil. Temos, porém, um paradoxo no mercado; apesar da vacância em shoppings consolidados ser muito baixa, inferior a 2%, os novos empreendimentos sofrem muito para comercializar seus malls.

Para entender o que está ocorrendo neste mercado, estão previstos 122 novos shopping centers para inaugurarem nos próximos 3,5 anos. Isto representa que serão necessários mais de 18.000 lojistas, sendo 16.000 lojas satélites, destes 2.000 serão operações de food service e 2.000 operações de médio e grande formato - âncoras e megalojas para ocuparem o espaço. Como alento, o varejo brasileiro está com a perspectiva recorde do ingresso das redes internacionais, incluindo lojas âncoras. São 45 marcas de 13 nacionalidades, sem considerar as grifes de luxo que chegaram no ano passado e neste ano, sendo que 55% destas marcas são operações de food service, com destaque para os principais players mundiais de restaurantes “casual dining”, algumas já presentes nas principais ruas e shoppings do país e outras abrindo suas primeiras lojas neste natal.

O ritmo de lançamentos imobiliários até o momento não deu demonstrações de arrefecimento, porém nota-se uma maior cautela nas inaugurações, que muitas vezes são adiadas em função da pouca quantidade de lojas comercializadas. Dentro deste contexto, chama a atenção o surgimento de novas alternativas imobiliárias para o varejo. Antes restritas em shopping centers e lojas localizadas em ruas, existe um grande movimento de outras soluções imobiliárias sendo lançados, com reflexos nos próximos anos:

•Malls em hipermercados – Serão 250 novas galerias, considerando os hipermercados das grandes redes;

•Strip Centers – 350 projetos em construção, localizados nas capitais e cidades do interior;

•Hubs modais - Aeroportos, portos, estações de trens e metrôs – 70 projetos prevendo espaço destinado a operações de redes varejistas;

•Arenas esportivas, postos de combustíveis, hotéis – vários movimentos ocorrendo para maximizar e rentabilizar os espaços ociosos destes locais, aproveitando o fluxo de pessoas naturais destes locais.

Como se vê, grandes oportunidades estão se formando para as redes varejistas planejarem suas expansões de lojas, porém a combinação com o consumo, ambiente econômico e político, inflação e a desvalorização do Real podem influenciar na ocupação destes empreendimentos ou não. Há de se acompanhar o movimento até o final do ano.

Marcos Hirai (marcos.hirai@bgeh.com.br), sócio-diretor da BG&H Real Estate.

TAGS - Mercado de Retail, Real, Estate, perspectivas
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