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Isso é um problema seu. E dos maiores! por Administrador

Postando em 22/11/2017

Tudo que evoluímos com a redução da inflação, do teto de gastos, a recuperação do consumo e, até mesmo, com a reforma trabalhista, está em perigo caso o país não consiga avançar com uma reforma previdenciária do tamanho dos problemas que temos à frente.

Infelizmente, muita gente graúda, diga-se de passagem, acredita que no atual quadro político vamos conseguir fazer alguma coisa cosmética para mostrar serviço e deixaremos uma reforma mais ambiciosa para depois.

Não temos esse tempo e não podemos deixar que essa discussão e sua aprovação fique no âmbito das negociações envolvendo partidos políticos, lideranças do Legislativo e o governo federal. É sério demais para ser delegado e para que o setor empresarial não haja de forma mais direta. Pode ser o fator fundamental para precipitar mudanças mais estruturais.

Sem uma reforma mais ambiciosa agora, o teto de gastos não se sustenta e, o que aconteceu em 2017, quando o governo foi obrigado a reprograma-lo, é um exemplo disso. Como são exemplos, no âmbito estadual, o que aconteceu no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, onde a falta de “previdência”, desculpem a expressão, colocou os dois estados em situação calamitosa.

Em encontro na Plenária do IDV – Instituto para o Desenvolvimento do Varejo, na semana passada, com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, ele apontava como um dos maiores danos ao cenário econômico e de consumo em recuperação a atração que representa o aumento de impostos para o equilíbrio das contas públicas caso a Reforma da Previdência seja tíbia.

E atrás dele virão conflitos de poderes, debates dos setores privado e público, aumento da inflação e redução da propensão ao consumo e as próprias vendas no varejo e, marcha ré, de novo.

Os fatos são conhecidos, repetidos e não contestados. E quando contestados o são de forma bisonha, como a proposta de fazermos a reforma depois que a Previdência conseguir receber todo o atrasado, na maioria dos casos, de empresas que sequer operam mais.

Existe um monstro sendo alimentado pela inanição de uns e omissão de outros que envolve as despesas com a Previdência no Brasil. Mas calma lá!

O problema deve ser analisado em todos seus detalhes e vai emergir o que já é consenso, ou seja, a questão central e mais relevante está na Previdência do setor público.

E vai exigir coragem e atitude para mexer com o funcionalismo público de todas as alçadas em véspera de eleições!

E isso que empaca a evolução do tema.

Existem, sim, áreas de aperfeiçoamento nos programas gerais de aposentadoria, especialmente no que diz respeito à idade mínima e ao período de contribuição.

Mas a situação crônica vem da inequidade entre contribuições e desembolsos do setor privado e do público já que este evoluiu na calada da noite e criou esse monstro que ameaça o país como um todo. O funcionalismo público de bom senso nos três poderes reconhece essa inequidade, mas, entre reconhecer e agir para mudar, muita água vai rolar.

Os fatores estruturais que precipitaram esse estado de coisas, como o mais rápido envelhecimento da população e o aumento dos índices de urbanização, associados com outros temas envolvendo teto de salários de aposentadoria, além dos períodos de contribuição, criaram uma realidade que não pode e não deve ser contestada. Pode sim, e deve ser negociada a transição do estado atual para um outro futuro. Mas nenhum empresário de atitude pode simplesmente acompanhar à distância o que está acontecendo. O futuro próximo de seu negócio está em discussão. É uma questão de escolha. Omissão ou participação.

 

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