Existem tendências que estão se cristalizando com enorme velocidade e, apesar disso, a maioria dos varejistas ainda reluta em adotá-las e materializá-las no seu ambiente de varejo.
Já que a loja é a mais poderosa ferramenta de marketing do lojista, por que não aproveitar a maré de mudanças e desenvolver novos conceitos, alinhados com os novos tempos?
Seguem três dicas seguras onde eu apostaria as minhas fichas, utilizando de maneira consistente e sinergética a arquitetura, interiores, visual merchandising e design gráfico para me comunicar e vender melhor.
Cliente Mais: Somos hoje uma população mais velha, mais ativa, mais informada e mais participativa. Nunca houve um consumidor tão exigente e difícil de agradar. Além disso, formamos cada vez mais nichos, com as minorias cada vez mais presentes, exigindo reconhecimento e produtos diferenciados. A decisão de compra estará cada vez mais nas mãos dessas pessoas.
Para atender a esta situação e criar empatia real entre a marca e seu público alvo precisamos desenvolver lojas mais alinhadas e acolhedoras a filosofias, posturas, estilos de vida, opções e necessidades específicas.
A atmosfera da loja deve tomar partido e declarar-se com transparência e firmeza, caso contrário, não haverá credibilidade.
Polarização: 1 x 2: O varejo está cada vez mais polarizado. O crescimento acelerado do segmento de luxo e prestígio incentiva o value retail, que chegou para ficar. Será cada vez mais um contra o outro e o ambiente da loja precisa demonstrar de que lado está.
- Varejo Emoção – Mais por Mais
Usar a arquitetura, interiores, decoração, design gráfico e visual merchandising de maneira intensiva para criar uma “experiência memorável de compra”, que possa ser vivida e compartilhada, somando valor e prestígio para a marca e seus produtos, que passarão a condição de “premium”.
- Varejo de Valor – Mais por Menos
As instalações e serviços devem demonstrar força promocional, enfatizando os ganhos, com ênfase no preço e variedade de produtos relevantes. Os ambientes devem ser básicos, mas ao mesmo tempo modernos e descolados. Grandes imagens e comunicação visual são absolutamente necessários.
Serviços: Vamos entrar definitivamente na “civilização do serviço” que passará a ser cada vez mais valorizado e procurado pelo público, principalmente por conta da sustentabilidade. A antiga oficina de consertos está de volta, e sempre que possível dentro da loja, à vista de todos, incorporada à ambientação da loja e ocupando um local de destaque por ser uma área viva e atraente. Imagine o pizzaiolo em ação em frente ao forno.
Da mesma forma, serviços de personalização, como bordados, recortes, aplicações, etc. e até o sob medida vem ganhando espaço graças a equipamentos compactos, tecnologia e o desejo do consumidor. Nike, Levi’s e Havaianas estão entre os pioneiros na oferta massiva de um artigo que antes era exclusivo e ligado ao luxo.
Os pequenos mimos também deixam de ser objeto de desejo dos privilegiados e tem o seu acesso democratizado. Conexão, lounge, som ambiente, aromatização, serviço de bar, já estão no radar da classe emergente.
Concluindo, investir nestas situações é uma grande oportunidade, já que poucas redes as oferecem.
Ao invés de dizer “Eu sabia que isso ia acontecer”, por que não tomar a dianteira e representar claramente as mudanças.
Manoel Alves Lima (mlima@falzonialveslima.com.br), diretor da FAL Design Estratégico para Varejo, Vice Presidente do Retail Design Institute e co-editor do Blog da FAL.
DEIXE SEU COMENTÁRIO