De economista e de louco, todos... Ou, o “triplo A” do ministro Joaquim Levy por Administrador

Quando o economista Joaquim Levy surgiu como ministro-da-fazenda-salvador-da-pátria dava para desconfiar que um banqueiro não era a pessoa mais indicada para o papel. Mas os economistas de plantão e a grande imprensa saudaram Levy como o mais-que-perfeito para a função de tirar o País do fundo do poço. Agora a unanimidade deu lugar a questionamentos.

Como se costuma dizer que de economista e de louco todos temos um pouco, vamos dar o nosso pitaco também.

Primeiro, é preciso entender que a inflação atual está contaminada com o represamento de preços administrados de 2014. Então, é interessante somar as inflações de 2014 e 2015 e dividir por dois.

Depois, como consequência, entender que a inflação atual não é de demanda já que todos os indicadores de consumo estão apontando para queda.

Joaquim Levy

E que foi a perda de credibilidade do governo, causada não apenas pela questão fiscal, mas também por episódios como “mensalões” e “petrolões”, que está exigindo que seus títulos paguem muito para atrair aplicações de dinheiro. Razão da alta desmedida da Selic que pode chegar a 13,5% até o final deste ano.

Juros altos fazem a alegria dos endinheirados que ganham com a especulação financeira, mas deixa o crédito mais caro e mais escasso. A demanda do consumidor por crédito no acumulado em 12 meses, teve retração de 9,4%, um novo recorde negativo. E mesmo assim o mercado prevê que a inflação de 2015 supere 8,30%, ou seja, 2% maior do que o teto da meta do governo que é de 6,30%.

Enfim, sem me alongar mais, parodiando o próprio Joaquim Levy, que chamou o seu projeto de ajuste fiscal de 'agenda triplo A', tomando emprestado o conceito máximo concedido pelas agências de classificação de risco, o ministro da Fazenda pode também ser considerado um “triplo A”: Um Apóstolo do sistema financeiro, Alienado do processo político e Arrogante por acreditar que o seu projeto de ajuste fiscal é o único capaz de salvar o País.