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O redesenho do design no varejo por Administrador

Postando em 26/05/2014

O tempo está rodando em velocidade ainda maior. Em especial no consumo e no varejo. Como resultado de transformações estruturais que têm como epicentro o imponderado neoconsumidor, a sociedade, as organizações, as marcas, os produtos, os serviços e o varejo se defrontam com o desafio crescente de buscar caminhos para se antecipar ou, no mínimo, acompanhar essa evolução, criando alternativas para satisfazer um consumidor cada vez mais satisfeito e, consequentemente, mais difícil de ser positivamente surpreendido por algo absolutamente inovador.

No desenho dos elementos que podem contribuir na busca de soluções a tecnologia é, em suas múltiplas e diversificadas opções, o elemento que pode gerar o maior número de possibilidades pelo alcance quase inesgotável de alternativas.

No plano das alternativas racionais muito tem sido feito e oferecido variando dos sistemas de mensuração e controle para maximização de resultados, passando pelo recém ampliado universo do Big Data, e chegando na gestão de preços em tempo real. O céu é o limite mas quase tudo converge para o enfrentamento do desafio de uma quase inexorável pressão crescente sobre a rentabilidade.

No plano emocional ocorre a busca incessante por caminhos que possam reduzir o grau de racionalidade no processo decisório no comportamento cada vez mais pragmático, tornando-o mais emotivo e sensível, permitindo que decisões de compra e consumo sejam guiadas por outros níveis de gratificação que possam “descomoditizar” produtos, marcas, lojas e serviços.

Nesse caminho o Design de Varejo tem seu papel ampliado e potencializado pois pode contribuir decisivamente para criar um outro cenário e ambiente para negócios. Mas, também, porque não, contribuir para o processo de racionalização de processos e atividades nos pontos de vendas, como parte do chamado Design Funcional. A missão do design no varejo se torna crescentemente mais desafiadora.

Se existem novos recursos sendo disponibilizados, em especial na área da tecnologia no ponto de venda, de outro lado as pessoas têm cada vez menos tempo e estão mais ligadas e sendo inundadas de informações e conexões que contribuem para mudanças constantes em suas percepções, opiniões e decisões.

Das inovações marcantes das lojas despojadas e funcionais da Apple em todo o mundo mas também presente na loja do Rio de Janeiro, aos espaços interativos das lojas de artigos esportivos como a da Asics em Londres, passando pelas novas soluções em restaurantes e lojas de alimentação, como a recém inaugurada Eataly em Chicago ou as propostas diferenciadas das lojas Havaianas, Riachuelo e Chilli Beans na Oscar Freire em São Paulo, existe uma efervescência criativa na busca de novas respostas para novos desafios.

Criar espaços, modelos, alternativas que gerem um apelo mais emocional “desligando” o consumidor do ambiente hiper conectado para buscar uma conexão diferenciada, induzindo um comportamento menos racional, se torna a cada momento uma missão mais difícil.

Por conta disso artistas, designers, pesquisadores e provedores de soluções dedicam-se continuamente a monitorar tendências e buscar alternativas para gerar essas conexões mágicas que possam elevar o nível de gratificação desse consumidor.

E parte do trabalho é reunir tudo o que tem sido feito em formatos e layout de lojas, decoração, comunicação visual, embalagem, sites, comunicação promocional, uniformes, equipamentos, instalações, produtos e marcas para observar a aceitação e a adesão, para identificar preferencias e possibilidades que possam gerar novas alternativas para envolver e encantar o consumidor.

Uma espiral desafiadora de criatividade e funcionalidade visando constantemente redesenhar o design de varejo. Eis a missão.

 

Marcos Gouvêa de Souza (mgsouza@gsmd.com.br) diretor-geral da GS&MD – Gouvêa de Souza.

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