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A química da informação por Administrador

Postando em 17/09/2014

À medida que o tempo passa as profissões vão se adaptando às novas exigências do mercado. Já não temos ferreiros, alguns poucos torneiros mecânicos, porém muitos operadores de robôs na indústria mecânica. Também não temos mais datilógrafos, que foram incorporados um pouco a cada um de nós na lida com os teclados.

 

Por outro lado algumas profissões nascem repentinamente sem que antes tivessem sequer sido visualizadas anteriormente. O webdesigner somente surgiu com a Internet, assim como o telecirurgião, este misto de médico e engenheiro ainda está em processo de consolidação.

 

Há três anos jamais ousaríamos falar sobre a profissão Cientista de Dados. Com o boom do big data, ou seja, da imperiosa necessidade de manejar os, por vezes, milhões de dados disponibilizados em algumas corporações gigantescas, tais como varejistas, bancos, cartões de crédito e indústrias, esta profissão passou a ser fundamental.

 

O perfil do Cientista de Dados

 

O Cientista de Dados não é tão somente um estatístico ou matemático, pois precisa entender do processo de construção do dado em prol da geração da informação de melhor qualidade. Também não é um especialista em informática tão somente.

 

Por outro lado não é só um marqueteiro, mas precisa ter jogo de cintura para visualizar a maneira como a informação pode gerar receita. Em termos da atuação não pode ser um profissional apenas dedicado à área de vendas, mas também não pode estar vinculado apenas à área de produção ou operação e muito menos pode prescindir de um conhecimento razoável em termos de finanças.

 

Este profissional, em suma, precisa ter uma visão muito forte sobre negócios e esta é a sua grande diferenciação. O papel deste cientista tem sido descrito como sendo parte analista, parte artista. Anjul Bhambhri, vice-presidente de produtos de Big Data da IBM, diz: "Um cientista de dados é alguém que é curioso, que pode olhar para os dados e detectar tendências. É quase como um indivíduo renascentista, que realmente quer aprender e trazer a mudança para uma organização.

 

Certamente, os melhores cientistas de dados serão aqueles com maior capacidade de conciliar diversas fontes de dados de forma a consubstanciar uma informação que vai fazer a diferença para a organização. Diferentemente daqueles especialistas em sistemas de CRM ou mesmo de ERP, este deverá ter uma visão holística real e efetiva.

 

Ainda são poucas as instituições que se arriscam e formar estes profissionais, sendo que a maioria está localizada na Índia e boa parte através de cursos à distância, o que pode ser uma boa ideia para brasileiros que pretendem se formar na profissão.

 

Novos tempos, novas fontes de dados, novas formas de geração de informação e novas formas de utilizá-las. Para quem se acostumou a dizer que o mundo atual está imerso em muita informação e que isto tornava o jogo mais difícil, ainda não consegue imaginar o que vem pela frente.

 

Imaginemos a hora em que os cientistas começarem a agitar os seus tubos de ensaio e a testar as reações químicas entre os dados. Tudo pode acontecer. É melhor começar a preparar estes cientistas da melhor forma possível.

 

Luiz Goes, sócio sênior da GS&MD - Gouvêa de Souza e responsável pela área de Inteligência de Mercado.

TAGS - impulso, mercado, informação
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