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Hora da verdade no e-commerce por Administrador

Postando em 17/03/2014

Os números do e-commerce continuam eufóricos, mas aproxima-se a hora da verdade para o setor com mais razão e menos empolgação em sua implantação e gestão.

 

Os recentes dados divulgados pelo E-bit que mostraram crescimento de 28% nas vendas do setor de comércio eletrônico em 2013 em relação ao ano anterior, atingindo R$ 28,8 bilhões de faturamento, sinalizam que o potencial de evolução do segmento é significativamente maior que as vendas do varejo como um todo e tem ainda muito espaço para continuar evoluindo pela ampliação da base de consumidores e a evolução da curva de aprendizagem dos consumidores.

 

Em 2013 um total de 51,3 milhões de brasileiros fez ao menos uma compra pelo e-commerce, sendo que 4,8% dentre eles, usando aparelhos móveis, o que marca mais uma etapa no processo de evolução do número e do perfil desses consumidores.

 

Ainda que os dados da pesquisa E-bit sejam obtidos por iniciativa do próprio consumidor, a sua consistência ao longo do tempo é importante referencial para medir o crescimento do segmento e sinalizar tendências e isso pode ser confirmado por outras fontes disponíveis no mercado, como o recém-lançado Indicador Cielo do Varejo Ampliado, que mostrou que durante a promoção do Black Friday no final do ano passado o crescimento das vendas do e-commerce foi de 200%, quando comparadas com as vendas do mesmo período no ano anterior.

 

Por conta disso amplia-se o número de empresas que estão expandindo suas operações no segmento e outras que recém entraram, ou se preparam para entrar no canal, envolvendo varejistas, provedores de serviços e mesmo os fornecedores de marcas de consumo. Até mesmo quem entrou, saiu e agora quer retornar, como a rede Pernambucanas, voltará em breve a atuar no setor.

 

Mas se os números de expansão são significativos também é importante considerar o desempenho final das operações do setor que começam a mostrar que o período de euforia e do vale tudo, começa a ser substituído por mais racionalidade na análise de desempenho, revendo a estrutura de custos e operações e com atenção muito maior ao resultado final. Ainda que ainda se viva um tempo de conquista de participação de mercado muito mais ênfase tem sido colocada no resultado final das operações, em especial num cenário onde o forte vento a favor das operações de lojas perdeu seu ímpeto e as palavra de ordem voltam a ser produtividade, eficiência e pragmatismo. Principalmente porque dúvidas crescentes surgem com relação ao cenário econômico futuro depois das eleições do final do ano.

 

Nesse ambiente os operadores “puros” tradicionais buscam novas parcerias e recomposição societária, antecipando movimento de realização de resultados enquanto outros reveem a estratégia comercial, de preços e custos, em especial os operacionais, para tornar a operação mais saudável financeiramente.

 

Os próximos anos serão de continuidade de crescimento, aumento da participação do e-commerce no conjunto do varejo, incorporação de novos clientes na base, aumento das vendas médias por cliente nos negócios do ano, novos operadores, sejam varejistas tradicionais ou marcas de consumo, mas, principalmente, de muito mais atenção aos resultados finais do negócio.

 

As estruturas e os executivos serão cada vez mais cobrados por desempenho de curto, médio e longo prazo e nessa hora se conhecerão os que terão competência e capacidade para transformar bons conceitos em bons negócios e isso marcará o futuro do setor.

 

Marcos Gouvêa de Souza (mgsouza@gsmd.com.br) diretor-geral da GS&MD – Gouvêa de Souza.

 

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