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Fim de um ciclo e começo de uma jornada por Administrador

Postando em 22/08/2016

Talvez seja só um acaso, desses que a vida insiste em criar. Mas a coincidência do fim da Olimpíada no Brasil, com o início do processo final do impeachment e algumas notícias sinalizando um outro estado de espírito no País, permite outras interpretações e análises.
Não se pode negar que já se vive um outro ânimo nas empresas e com o próprio consumidor. Particularmente neste último caso, retratado no terceiro mês consecutivo da melhoria do Índice de Confiança.
A própria imagem internacional do País começa a ser redesenhada de forma diversa do que vinha sendo considerada e a matéria da The Economist deste fim de semana (20/08) é retrato dessa outra visão com respeito ao Brasil. Os Jogos Olímpicos, na sua média geral, surpreenderam todos que criavam a ideia do apocalipse durante aquele período.
Mais do que isso: contribuíram para passar uma imagem positiva, simpática, moderna, aberta, plural e atual do Brasil.
No Momentum da segunda semana deste ano sugeríamos que 2016 seria um drama em três atos, onde a Olimpíada teria um efeito importante como “distensor” de preocupações e redirecionador do comportamento coletivo. E naquele momento propúnhamos que o que aconteceria em seguida estaria diretamente relacionado com a indefinida situação do Governo Federal.
Neste momento, caminhamos para o aguardado ato final do impeachment, que poderá ocorrer até o final do sempre fatídico mês de agosto, ao mesmo tempo em que comemoramos o fechamento positivo da Olimpíada, vivemos esse clima de moderada distensão pós recessão e, no curto prazo, o foco se concentrará na disputa das eleições municipais.
Esses elementos irão criar um clima mais ameno que, se não resolve a crise política-econômica-financeira de curto prazo que nos metemos, cria outro cenário mais positivo pela frente.
Vamos começar a perceber isso no comportamento de vendas e no consumo nos próximos meses, especialmente no Black Friday e nas vendas de Natal.

 
Momento de Reflexão
Ao mesmo tempo em que nos afastamos do período mais crítico já vivido pelo País nas últimas décadas, que gerou 11,3 milhões de desempregados e com as cicatrizes ainda abertas, precisamos usar esse momento para uma reflexão mais ampla e profunda sobre as causas que nos trouxeram a essa situação, para que não repitamos os equívocos e omissões que criaram essa realidade.
Repensar de forma aberta e ampla sobre o papel do Estado e, especialmente, dos setores empresariais, de sua representatividade e responsabilidades. Principalmente sobre suas relações com o Estado e com a Política.
Em qualquer reflexão será necessário um “mea culpa”, no mínimo por omissão, quando não por conivência.
O país que estará emergindo desse ciclo recente será, naturalmente, um país mais ético, formal e menos corrupto. Mas é preciso que seja muito mais.
E podemos - e devemos - repensar todos esses aspectos para propor um projeto de país no longo prazo, mesmo quando todos os direcionadores apontam para o curto prazo como estado de espírito emergente de uma sociedade mais digital.
Este é o momento ideal para esta reflexão.
Quando estamos saindo da catástrofe recente, porém ainda machucados, e naquele período que estamos muito mais abertos e sensíveis aos problemas, suas causas e consequências.
 
Uma nova jornada tem que ser agora pensada e não pode ser mais protelada.
 
Marcos Gouvêa de Souza (mgsouza@gsmd.com.br) é diretor-geral da GS&MD – Gouvêa de Souza. 

 

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